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Guerra Fiscal: O Papel Crucial da Reforma Tributária na Resolução de Disputas entre Estados

Reforma Tributária: Desvendando a Guerra Fiscal e os Impactos nas Empresas

Aprovada na Câmara dos Deputados e sob discussão no Senado, a Reforma Tributária visa simplificar e unificar os tributos sobre o consumo, potencialmente reduzindo a carga tributária em setores específicos.

Além de reconfigurar o cenário tributário nacional, a reforma também ganha destaque por sua promessa de pôr fim à chamada Guerra Fiscal. Entender o que é essa disputa e como a reforma intervém é fundamental.

O Que É a Guerra Fiscal?

A Guerra Fiscal é, essencialmente, uma competição entre diferentes regiões para atrair empresas e investimentos. Esta disputa pode afetar a arrecadação de impostos estaduais, notadamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Essa batalha teve origens pós-guerra, nos anos 50, impulsionada pelo crescimento industrial no Brasil. A concentração de indústrias no Sudeste levou estados e municípios menos desenvolvidos a adotarem práticas, por vezes inconstitucionais, para atrair investimentos e gerar empregos.

O ICMS tornou-se crucial nesse embate, com reduções e isenções frequentes. Embora o tributo seja vital para os estados, financiando setores como educação e saúde, as estratégias desreguladas muitas vezes resultaram em diminuição da arrecadação.

Liberdade Estadual na Política Fiscal

A flexibilidade dos estados para regular suas políticas fiscais é central na Guerra Fiscal. Através dessa flexibilidade, reduções e isenções no ICMS ocorrem, muitas vezes ignorando regulamentações.

Embora pareça uma distribuição equitativa de renda, alguns especialistas argumentam que isso leva a uma menor arrecadação e, por conseguinte, a investimentos reduzidos em áreas sociais.

Tentativas de Regulamentação

Mesmo com regulamentações exigindo aprovação de outros estados para benefícios fiscais, a prática persistiu. Em 2017, a Lei Complementar nº 160 e o Convênio 190 introduziram novos protocolos. Contudo, muitos acreditam que apenas a Reforma Tributária pode transformar esse cenário.

Reforma Tributária: O Fim da Guerra Fiscal?

A Reforma Tributária apresenta dois elementos cruciais para encerrar a Guerra Fiscal. Primeiro, em relação às alíquotas, o modelo proposto exige um acordo sobre a alíquota única para impostos estaduais e municipais, acabando com a liberdade para reduções tributárias.

A PEC propõe quatro alíquotas:

  1. Alíquota de referência proposta pelo Senado;
  2. Alíquota padrão, como regra geral;
  3. Alíquota reduzida em 60%, equivalente a 40% da alíquota padrão; e
  4. Alíquota zero.

O segundo ponto é a mudança da incidência dos tributos do local de origem para o destino. Essa transição visa beneficiar estados e municípios menos desenvolvidos, reduzindo desigualdades regionais e, potencialmente, encerrando a Guerra Fiscal.

Fonte: Contábeis