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A taxa de inflação continua a cair de forma estável, mantendo um ambiente econômico saudável.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou um aumento de 0,23% em agosto, o que ficou abaixo das expectativas médias do mercado, estimando um resultado de 0,28%. Além disso, uma análise detalhada revelou notícias positivas.

Inicialmente, esperava-se que os principais impulsionadores do aumento do índice fossem os automóveis, especialmente após a conclusão do programa de auxílio às montadoras pelo governo, e os combustíveis, devido ao aumento anunciado pela Petrobras. Surpreendentemente, esses setores não foram os principais responsáveis pela inflação.

A energia elétrica foi a maior vilã, impactada pelo término do bônus de Itaipu, juntamente com os gastos relacionados à saúde e higiene pessoal. Além disso, a crise na economia chinesa também influenciou a manutenção da inflação sob controle no Brasil.

O setor de alimentos em domicílio, que reflete as compras nos supermercados, registrou uma queda significativa de 1,26%, devido à estabilidade dos preços das commodities devido à redução na demanda da China.

Para o Banco Central (Bacen) e o Comitê de Política Monetária (Copom), essas notícias são positivas. Uma delas é que os aumentos estão ancorados nas variações dos preços administrados, que geralmente têm aumentos pontuais durante o ano. Os preços administrados aumentaram 1,26%, enquanto os preços livres diminuíram 0,12%. Isso é benéfico para conter a inflação, pois indica uma demanda mais fraca.

Além disso, a autoridade monetária destacou a intenção de basear suas próximas ações na dinâmica do setor de serviços. Uma melhora nesse setor prolongaria a sequência de cortes de juros.

Outro ponto positivo é a média dos núcleos, que exclui preços sujeitos a variações de choque e preços voláteis. Essa média aumentou 0,28% em agosto e está em 3,8% nos últimos 12 meses. Isso mostra a solidez do processo de redução da inflação.

Apesar desses indicadores positivos, o Bacen não deve acelerar o ritmo de cortes na Selic no momento. Isso ocorre porque as taxas de longo prazo estão aumentando constantemente, sugerindo que o mercado acredita que o controle da inflação ainda não está concluído.

Portanto, é prudente que o Bacen continue com cortes de 0,5 ponto percentual, não apenas na reunião de setembro, mas também em outras duas reuniões até o final do ano. Isso garantirá que o processo de flexibilização seja consistente e duradouro, o que é positivo para a economia. Decisões precipitadas podem interromper um ciclo extremamente positivo.

Fonte: Contábeis